Exploração de cães: cruzamentos desmedidos criam filhotes doentes
Criadores
originaram indústria de mistura de raças com promessas de beleza, saúde
e não alergia. Índice de procedimentos mal sucedidos fazem com que
animais sejam abandonados doentes em abrigos
Nos
últimos cinco anos, uma revolução canina tem sido vista em parques,
ruas e jardins da Grã-Bretanha. Junto com as raças conhecidas de cães –
como os labradores, spaniels e retrievers - dezenas de novos cruzamentos
apareceram, de mistura entre chihuahua e yorkshire, de maltês com
poodle e pinscher miniatura com pug. Os amantes de cães chegam a gastar
R$ 8 mil, para fazer cruzamentos de raças. As informações são do Daily
Mail.
A popularidade do ato foi impulsionada
anda mais pela noção que algumas misturas dão origem a cães que não
causam alergia em humanos, além de serem mais saudáveis e terem o
sistema imunológico fortalecido. Mas os efeitos negativos já começaram a
surgir e cruzamentos estão criando cachorros vulneráveis, doentes
crônicos e sujeitos a infecções.
Com isso,
são abandonados. Hoje, milhares de cães “usados” pelos homens estão
largados em gaiolas apertadas, em galpões imundos, à espera de um novo
dono. Muitos sofrem com parasitas, problemas renais, doenças cardíacas e
respiratórias.
No início deste mês, o
australiano criador do primeiro labrador cruzado com poodle expressou
pesar: 'Frankenstein'. Wally Conron contou que ao criar o primeiro cão
da mistura já havia diagnosticado uma série de problemas. Ele tentou
cruzar um labrador com poodle para ajudar uma mulher cega, cujo marido
era alérgico à maioria dos cães-guia. O gesto “amável” alimentou uma
indústria lucrativa e profundamente prejudicial.
O
“labradoodle” se tornou popular e até a atriz Jennifer Aniston chegou a
ter um. Enquanto a experiência continua sendo um dos cruzamentos mais
bem sucedidos, alguns sofrem de defeitos congênitos, incluindo
distúrbios oculares e problemas no quadril. “Para cada um perfeito, você
vai encontrar um monte de doentes. Há uma grande quantidade de cães
abandonados lá fora', afirmou Conron.